sexta-feira, 18 de março de 2011

Alexandre Cavalcante um skatista overall

A primeira lembrança que tenho de Xandi era quando ele era ainda moleque, saindo da parte rasa da pista velha mandando um flip na base. Xandi ia sempre com uma galera para a pista, mas era ele que evoluía mais rápido e tinha mais o "skate no pé". O tempo passou e dessa banca ele foi o único em persistiu em andar de skate até virar profissional. Aqui nesta entrevista ele fala um pouco de sua história, desde quando era apenas uma criança que brincava de skate em uma pracinha até se tornar um skatista overall, do tipo que encara todo e qualquer terreno.
Nome: Alexandre Cavalcante
Apelido: Xandi
Idade: 28
Tempo de skate: 16 anos
Som: Hip Hop, Rock, Reege e todo estilo de música Brasileira.
Video: Prefiro falar de algumas partes que mais gosto nos videos: Tom Penny (Flip), Andrew Reynolds (The End, Birdhouse), Danny Way(DC) e Bob Burnquist( Flip).
Influências no Skate: Bob Burnquist, Rune Glifberg, Danny Way, Tom Penny, Urina, Tarobinha, Buiú, Gerdal, Rodrigo TX, Kareem Campbell, Steve Williams e todos que andava de skate comigo e anda até hoje: Jeef, Narina, Chile, Rudi, Alemão, Piuí, Papão, Bam, Neguinho, Kauê, Punk, Tei, Wallace, Ataliba, Arame e todos que fizeram e fazem sessão comigo, não consigo lembrar de todas agora é muita gente.
Você, como muitos skatistas, colava na pista de São Bernardo com uma galera, como foi que você começou a andar de skate até virar local da pista?
Eu comecei a andar com uma galera perto de minha casa em uma pracinha, de vez em quando a gente ia lá na pista todo mundo junto, mas a galera não curtia muito ir andar lá, mas eu sim, e acabei indo cada vez mais até virar local.
Quando foi o primeiro campeonato e quando apareceram os primeiros patrocínios?
O meu 1º Campeonato foi em 1997, na mina-rampa da pracinha do Jordanópolis, e no ano seguinte surgiu um monte de pistas nas praças de São Bernardo, a ASSBC fez um circuito inter-bairros e eu comecei a me dar bem nos campeonatos e as lojas e marcas me começaram a me apoiar e me patrocinar.
Você era local em São Bernardo, porém na época a pista era desatualizada e esburacada. Como você fazia para treinar e poder ganhar um campeonato de alto nível, como por exemplo, os da Drop Dead em Curitiba?
A gente que era local daquela pista na época improvisava a área com caixotes de madeiras, corrimãos, cones, rampas e etc. A galera sempre trocava de lugar e adaptava esses obstáculos com os originais da pista, isso tudo para chegar o mais próximo o possível da área dos campeonatos na época. 

 Xandi pulando de um prédio para o outro, na capa da edição especial de fotografia da extinta revista SKT. Foto da capa: Eduardo Braz.

Você sempre andou muito nas ruas, mas atualmente você procura andar mais nas skates parks?
Ultimamente estou andando mais em transições e principalmente em grandes banks e bowls. Mas de vez em quando eu gosto de dar umas puladinhas em umas escadas e gaps por aí (risos).
Como foi que você começou a andar nas transições até chegar no Half Pipe?
Apesar de alguns anos atrás a os campeonatos se resumirem em áreas de street, o formato da pista de São Bernardo favorecia muito o vertical, com Half-Pipe, Bowl, Banks e Mine-rampa, assim naturalmente eu fui começando a andar no vertical.
O skate influência o mundo da moda, os estilos vem e vão com o passar dos anos, tanto no visual quanto nas manobras, mas você manteve um estilo próprio, como por exemplo, com calças largas. Como você vê essas mudanças?
Conforme o mundo evolui e skate também evolui,mas eu sempre procurei manter o meu estilo que era influenciado por skatistas daquela época em que comecei a andar, o estilo Hip-Hop das ruas, isso é o que me identifico e mantenho o meu estilo original.
Você já esteve em algumas páginas de revista da mídia e até foi capa. Como é esse trabalho e qual é o retorno que gera?
No Brasil e difícil encontrar picos de rua skatáveis, quando aparecem eles são muito roots ou proibidos, achar um bom pico e fazer uma boa manobra não é fácil, quando consigo registrar uma manobra e ela é publicada, rola o maior reconhecimento do meu trabalho e isso é a minha gratificação, independente do retorno financeiro.
Uma vez te chamaram de bowlrider, me conte essa história. Você se intitula ou se identifica com alguma modalidade em especial?
No ano passado fui correr um campeonato Open no Banks da Drop em Curitiba. Lá E eu já havia corrido vários campeonatos de street anos atrás quando eu era amador. Eu andei bem e fiquei em terceiro lugar, e um amigo meu de lá disse: "Eu não sabia que você tinha virado Bowlrider!" Eu sempre gostei de andar em todo tipo de lugar, gosto de andar de skate, não procuro seguir rótulos.

Sobre a nova geração:
Existem muitos novos skatistas de alto nível, isso é muito bom, andar com eles ajudam a manter a evolução. Que surjam muitos bons skatistas da nova geração.

Agradecimentos:
A Deus, minha família e a galera que está sempre me dando uma força para eu continuar a andar de skate: Augusto e a galera da Globe, ao Reco e Adelso da DC, ao Paulinho do Tupinikim, Denis Buiú(Top Gueto) e todos que me incentivaram e continuam me incentivando a andar de skate.

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