sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A magia do hawaii


Como vocês já perceberam, sou fã de carteirinha do Hawaii. Mesmo em minha décima quinta temporada sempre digo: "este lugar é mágico!".

Aqui ondas poderosas quebram sobre rasas bancadas de pedras, o clima é agradável, surfo sem camisa. E, como diz meu amigo Stephan Figueiredo: “Tem onda melhor do que Pipeline?”.

Pegar um tubão bem perto da areia, sair e dar um beijo na namorada, ter a imagem de uns 20 fotógrafos diferentes, ligar o computador e mandar para todo mundo. Isso é o Hawaii!

Nesta temporada cheguei em outubro, já com altas ondas. Uma coisa que me chamou muito a atenção foi a presença do bodyboarder Fábio Aquino por aqui. Depois de nove anos sem pisar no Hawaii, ele parecia estar em sua primeira temporada. Me ligava quando ainda estava escuro para cair no mar.

O sortudo foi abençoado com um swell irado no dia 2 de janeiro. Pipeline com uns 5 metros e sem muito crowd na água. Por ter presenciado esta euforia, resolvi escrever mais uma vez sobre o Hawaii. A magia continua e pelo visto nunca irá acabar!

Nesta época do ano as ondas no Brasil, Austrália e Indonésia não são das melhores. A Europa está simplesmente congelante! Tem outro lugar no mundo com água quente, ondas poderosas e constantes?

Surfar as melhoras ondas do mundo e ainda com os melhores atletas é uma escola que não se encontra em nenhum outro lugar do mundo. Outro dia fiz um final de tarde com nada mais nada menos que o decacampeão mundial Kelly Slater. O cara simplesmente está muito na frente dos outros. Cada drop dava prazer em ver!

A coisa que me deixa mais feliz aqui é acordar no escuro e ver uma vasta gama de ondas excelentes. Detalhe: sem precisar dirigir muito. São apenas sete milhas (aproximadamente 11 quilômetros).

Aqui qualquer dia se consegue surfar, independente do tamanho do mar e do vento. Por isso ficamos um pouco mal acostumados quando o mar tem 1 metro. Só entram na água os mais fissurados.

A ilha respira ondas. Tem previsão em canal aberto no jornal da noite. Ela exibe os quatro cantos da ilha, informa sobre o tamanho do swell e do vento.

Mas essa temporada começou engraçada! Como é ano de La Niña (oposto ao El Niño) todos achavam que não íamos ter onda, mas a temporada está perfeita. Pipeline já quebrou duas vezes muito boas. Além disso, o mês de dezembro inteiro teve ondulações de Norte. Outras ondas funcionam com essa ondulação, caso de Sunset, Laniakea e Haleiwa. Adoro surfar estas ondas!

Muitas pessoas acham que elas não são boas para bodyboard por não serem tão cavadas. Mas, como estamos acostumados a surfar ondas curtas e rápidas, elas me ajudam muito a ter mais linha e fazer um surf diferente, principalmente quando o mar está grande.

O inside de Sunset é simplesmente a minha quarta onda preferida aqui no Hawaii. Uma direita tão poderosa que dá para tirar um tubo bem profundo. Quando você acerta o lip, pode se preparar que a volta vai ser pesada! Para vocês terem uma ideia, eu já perfurei o tímpano em Sunset na minha segunda temporada. Sem falar que no final de tarde rola o mais famoso pôr-do-sol do lado Norte de Oahu.

Este ano já começou com o pé direto. Como havia dito, entrou um poderoso swell no dia 2 de janeiro. As ondas amanheceram por volta de 3 metros e com um pouco de vento.

Como o fundo tinha bastante areia (devido às ondulações de Norte que entraram em dezembro), as ondas estavam um pouco balançadas. Perfeito para o bodyboard, já que conseguimos descer as mais cavadas da série e fazer drops que surfistas não conseguem, exatamente por causa deste balanço no meio da onda.

São estes os dias em que mais surfo, já que a maioria dos locais não entra na água. Caí no mar bem cedo e consegui pegar altas ondas. Lá pelas 10 horas da manhã fiz uma onda tão cavada que despenquei e perdi meus dois pés-de-pato (detalhe: usava presilhas especiais, que foram arrancadas). Consegui chegar à base, mas a onda era tão buraco que o spray me derrubou!

Sorte minha que moro a vinte passos de Pipeline e peguei meu equipamento de fotografia. Não podia perder tempo nesse swell e o mar já estava bem maior, com ondas de até 4 metros.

Foi uma adrenalina muito boa ficar ali embaixo e tirar fotos dentro dos tubos, no meio da galera. Cheguei a tomar séries bem grandes na cabeça, mas graças a experiência aqui em Pipe consegui me sair bem.

Em uma série que entrou mais de Norte fui obrigado a passá-la pelo Backdoor. No final deu tudo certo e o material rendeu altas fotos. Quando o mar voltou a subir um pouco mais e os tubos começaram a acabar, fui almoçar e fiz um final de tarde muito clássico! Pouca gente dentro da água e ondas um pouco menores. Consegui pegar vários tubos.

Dia perfeito que qualquer atleta deseja. Mais um dia no paraíso que divido com vocês! Sorte minha que a namorada está aqui na ilha e preparou um jantar especial (risos)!

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